Você come muita pipoca?
O consumo excessivo de diacetil, aditivo encontrado na pipoca de micro-ondas e em outros alimentos industrializados, pode causar Alzheimer, concluiu pesquisa com camundongos de laboratório divulgada nesta quarta-feira pela Universidade Brasileira de São Paulo (USP).
A relação da doença com o consumo excessivo do composto usado pela indústria alimentícia para dar sabor e aroma de manteiga a produtos como pipoca e alguns biscoitos foi confirmada por pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP.
Análise do cérebro de camundongos que foram submetidos a uma dieta de pipoca de micro-ondas por 90 dias seguidos possibilitou detectar alterações nas proteínas cerebrais relacionadas ao Alzheimer, ao aparecimento da demência senil e até ao câncer, informou a USP em seu portal na internet .
“Das 48 proteínas cerebrais que avaliamos após a exposição dos animais ao produto, 46 sofreram algum tipo de modificação em sua estrutura devido ao consumo prolongado do composto”, explica Lucas Ximenes, pesquisador do IQSC e coordenador do estudo.
Eles vão verificar as informações
Os responsáveis pela investigação planejam realizar novos testes com um número maior de animais nas próximas semanas para verificar as conclusões e ampliar o conhecimento dos resultados já obtidos.
“Está claro que comer certos alimentos esporadicamente não é um problema. Mas, por mais que consumamos esse produto, temos menos contato com o diacetil do que os trabalhadores da indústria alimentícia que inalam o composto diariamente nas fábricas”, esclareceu Ximenes.
O composto é encontrado naturalmente em produtos como cafés, cervejas, chocolates e leite, mas suas concentrações são excessivamente maiores quando usado como conservante ou aditivo para dar sabor e aroma.
Embora o consumo de diacetil seja aprovado pelos órgãos reguladores, sua exposição prolongada pode ser prejudicial à saúde, conforme constatado em outras pesquisas.
Um estudo divulgado em 2007 pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, por exemplo, vinculou doenças pulmonares ao consumo excessivo do composto e sua inalação em fábricas que o utilizam.
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